Após decretarem o afrouxamento do isolamento social para conter a transmissão do novo coronavírus, países que estão voltando às aulas adotam medidas de prevenção para evitar uma nova onda de contaminação.
O G1 analisou a experiência de países como China, Coreia do Sul, Dinamarca, Finlândia, França, Portugal e Israel para saber quais cuidados estão sendo tomados na volta às aulas. No Brasil, as aulas estão suspensas em todos os estados e as escolas seguem fechadas.
Entre as medidas, estão:
- desinfecção de escolas
- tendas de desinfecção dos alunos na entrada
- controle de temperatura
- uso de máscaras
- lavagem de mãos e instalação de torneiras
- grupos menores de alunos
- distanciamento
- horários diferentes de entrada e saída
- arejar a sala
- afastar professores do grupo de risco
A reabertura das escolas é um marco no fim do isolamento porque permite que os pais possam voltar ao mercado de trabalho.
As regras de confinamento impostas para conter o avanço da disseminação do novo coronavírus deixaram mais de 1,5 bilhão de crianças e adolescentes fora da escola em 188 países, segundo balanço da Unesco divulgado em abril.
Desinfecção de escolas
20 de maio – trabalhador desinfeta escola em Parque Ivory, na África do Sul. — Foto: Siphiwe Sibeko/Reuters
Medidas extras de limpeza são uma recomendação comum. Em diversas partes do mundo, a desinfecção das escolas ocorre antes dos alunos chegarem e durante a permanência deles.
Em Portugal, 17 mil litros de desinfetantes e outros equipamentos de proteção e higiene foram distribuídos para centros educacionais.
Na França, as orientações do Ministério da Educação contêm inclusive quais produtos a serem utilizados para desinfecção das escolas e a frequência da higienização: o chão deve ser limpo uma vez por dia enquanto maçanetas, sanitários e interruptores devem ser higienizados várias vezes.
Tenda de desinfecção dos alunos
China tem volta às aulas do ensino médio com medidas de segurança e medo do coronavírus. — Foto: GREG BAKER / AFP
Na China, escolas instalaram tendas de desinfecção por onde os estudantes precisam passar antes de entrarem na escola.
Controle de temperatura
Termômetro usado para medir a temperatura das pessoas e fazer controle da Covid-19.. — Foto: Steve Parsons / Pool / AFP
O controle da temperatura para detectar se o aluno está com febre, um dos mais comuns sintomas da Covid-19, é uma preocupação em vários países.
Na China e na Coreia do Sul, os estudantes passam por checagem sistemática de temperatura corporal.
Em Pequim, pulseiras inteligentes, que fazem essa medição em tempo real, estão sendo testadas. Os pais monitoram a situação por meio de um aplicativo. Caso a temperatura passe de 37ºC, um alerta é enviado para os professores, que são orientados a alertar a polícia.
Uso de máscara
China retoma aulas do ensino médio em Pequim e Xangai nesta segunda-feira (27). — Foto: GREG BAKER / AFP
O uso de máscaras em geral também é recomendado, mas os critérios variam de país para país.
Na China, as crianças utilizam máscaras o tempo todo, inclusive dentro da sala de aula.
Coronavírus na educação: na França, professora leciona com máscara nesta segunda-feira (18). — Foto: Sebastien Bozon/AFP
Em Israel, as crianças da 4ª série em diante tem que usar essa proteção. Na França, as crianças menores também estão dispensadas. No entanto, a escola deve ter máscaras à disposição dos alunos caso eles apresentem sintomas durante as aulas e estejam aguardando para serem retirados.
Uma exceção é a Dinamarca, país onde não existe a recomendação para utilização de máscaras em ambientes públicos.
Lavagem de mãos e instalação de torneiras
Como lavar as mãos do jeito certo com água e sabão
O incentivo à higiene e lavagem de mãos está sendo constante nas escolas que voltam às aulas.
Na Dinamarca, as escolas chegaram a instalar torneiras fora dos edifícios para que as crianças lavem as mãos quando chegam à escola.
Em Portugal, é obrigatório a lavagem das mãos ao entrar e sair da escola. Na Coreia do Sul, os estudantes receberam material desinfetante para higienizar as mãos.
Grupos menores de alunos
18 de maio de 2020 – Alunos usam máscara em sala de aula no colégio D. Pedro V, em Lisboa, no dia em que parte dos estudantes volta a ter aula em meio à pandemia do novo coronavírus (COVID-19) em Portugal — Foto: Rafael Marchante/Reuters
Alguns países adotaram a medida de dividir os estudantes em grupos menores para evitar contatos mais próximos entre eles, como na Finlândia.
Na Dinamarca, as turmas, que têm entre 20 e 28 alunos, foram divididas para que os alunos possam interagir apenas dentro desse espectro menor.
Distanciamento
15 de maio – Estudantes conversam enquanto praticam o distanciamento social no pátio de uma escola secundária durante sua reabertura em Bruxelas, na Bélgica, durante o surto do coronavírus (COVID-19) — Foto: Yves Herman/Reuters.
Em geral, as salas de aula foram reorganizadas de maneira que as mesas dos alunos fiquem a pelo menos um metro de distância entre elas. A recomendação é feita pelo governos da França, Dinamarca. Em Israel, essa distância é de dois metros.
Na Dinamarca, além da distância de um metro entre as mesas dos alunos, o professor deve ficar a dois metros do estudante que senta mais próximo dele.
Alguns países adotam inclusive paredes acrílicas para evitar que gotículas da fala sejam trocadas entre os estudantes e entre estudantes e professores, como é o caso da Coreia do Sul.
Alunos retomam aulas na Coreia do Sul; em algumas escolas, carteiras têm divisórias — Foto: Yonhap / AFP Photo.
Para estudantes menores, mantê-los afastados é um desafio. Uma solução lúdica, feita com asas de papelão, foi adotada na província de Shanxi, na China, para lembrá-los a distância que precisam ficar uns dos outros.
Alunos do ensino fundamental usam asas para manter o distanciamento na sala de aula em Taiyuan, na província de Shanxi, no norte da China. Foto tirada em 20 de maio de 2020 — Foto: AFP
Horários diferentes de entrada e saída
Em Portugal, alunos estão sendo organizados em grupos que terão horários de aula, intervalos e períodos de alimentação diferentes entre si, para minimizar o contato.
A mesma medida foi adotada pelos governo da Finlândia e Israel, que determinaram o estabelecimento de horários diferentes para intervalos, entrada e saída para evitar aglomeração.
Na Dinamarca, além dos horários variados, novos portões estão sendo utilizados para que a entrada e saída dos grupos não coincidam. Os pais também são orientados a se despedir dos filhos fora da escola e devem pedir permissão, caso necessitem entrar no estabelecimento.
Arejar a sala
Na França, as escolas são orientadas a manter as janelas abertas antes das aulas, durante o intervalo e depois da partida dos alunos.
Afastamento de professores do grupo de risco
27 de abril – Médicos de um hospital coletam amostras de professores do ensino médio para testes em uma escola após o surto da doença por coronavírus em Yichang, província de Hubei, na China — Foto: China Daily via Reuters