Muitas vezes discriminadas, esquecidas e vistas apenas como tarefeiras, as auxiliares de serviços cumprem um papel fundamental no serviço público.
São as primeiras a chegarem aos locais de trabalho para fazer a limpeza, deixar tudo organizado para que comece o funcionamento ao público e muitas vezes não tem condições de fazer o serviço da maneira que gosta, devido a falta de material de trabalho. Tem denúncias que chegam ao SINFEMP de que alguns locais não tem sequer sacos para colocar o lixo. Outras alegam que não tem detergente para limpar e não podem serem culpadas por aquele cheiro desagradável de insosso presenciado pela população.
Mas as auxiliares de serviços também não param em seus locais de trabalho. Fazem a limpeza geral. Limpam a cozinha. Faz café. Lavam a louça. Limpam a mesa. Chega um toma café, come alguma coisa e suja novamente. Aí ela vai novamente fazer a limpeza. E ainda tem colegas de trabalho que entendem que somente ela pode limpar, enquanto ele só pode sujar.
Nas Escolas e Creches, além de fazer a limpeza geral, ainda tem umas que são responsáveis pela merenda escolar. Aí o trabalho é em dobro. Pois faz merenda, cozinhas pequenas, muito calor. Correndo riscos de sofrerem queimaduras, por falta de um EPI Equipamento de Proteção Individual adequado. Muitas trabalham apenas com tocas e aventais, que praticamente não protege nada. Não tem botas, luvas, máscaras, óculos. Se derramar água quente, vai direto para os pés.
Mas o pior é manusear os caldeirões, panelas grandes, com comida quente, pesadas, tendo que se virar sozinhas nessas cozinhas. Muitas com idade avançada, doentes.
Para piorar a situação, tem que lavar tudo, pratos, talheres, caldeirões e outras vasilhas utilizadas. São as primeiras que chegam e as últimas que saem dos locais de trabalho. De manhã tem que deixar tudo limpo. Ao sair da mesma maneira.
Nos outros locais de trabalho, as tarefas são semelhantes. Lavam banheiros. Muitos utilizam e deixam sujos. Sequer tem a coragem de dá uma descarga. Tem que lavar, passar pano para enxugar. Limpar móveis e até lavar paredes.
Mas as auxiliares de serviços tem disposição e coragem de lutar. Foi a primeira categoria a paralisar as atividades, de fazer greve pela jornada das 30 horas semanais e 6 horas corridas. Foi a categoria que paralisou, praticamente 100% na última greve dos 50 dias no governo Dinaldinho. Foi a categoria que mesmo tendo sido cortado os seus salários, se manteve firme. A própria assessoria jurídica da Prefeitura apresentou fotos e relacionou nomes de mais de 250 auxiliares da educação em greve. Não tenha dúvidas, que outras categorias tiveram participação efetiva nas lutas e greves, mas estamos falando hoje na história das auxiliares de serviços, afirmou Carminha Soares, presidente do SINFEMP.