Com praticamente dois meses de salários atrasados, agosto e setembro, os servidores públicos municipais de São José de Espinharas decidiram entrar em greve por tempo indeterminado a partir de zero hora da quinta-feira, em virtude da atual situação pela qual passa o município, que se encontra com prefeito afastado pela justiça, a renúncia do vice-prefeito por ser candidato e a presidente da Câmara que automaticamente assumiu o cargo de acordo com a Lei Orgânica do Município, e não compreendeu ainda que deve assumir todas as responsabilidades que diz respeito a uma gestora municipal.
Em audiência no Ministério Público Federal em Patos, com a presença do SINFEMP e da própria parlamentar, na renúncia do vice-prefeito, caso ela não quisesse assumir teria que renunciar e convocar nova eleição, mas não foi isso que aconteceu, tornando-se de acordo com a lei, prefeita nesse período de afastamento do atual gestor municipal, ou seja, desde o dia 13 de setembro.
No entendimento do SINFEMP a presidente da Câmara que passou a ser prefeita deve imediatamente assumir suas tarefas e fazer o pagamento imediato dos servidores municipais correspondente aos meses de agosto e setembro de 2016, como também o terço de férias.
Ontem dia 27 não foi realizada a sessão pela Câmara Municipal que se encontrava fechada e apenas dois vereadores compareceram ao local, mas uma grande parcela de servidores se fizeram presentes, demonstrando a sua indignação com o desrespeito da maioria dos parlamentares que se dizem representantes do povo.
Para a presidente do SINFEMP, Carminha Soares, a luta vai continua, nas ruas e na justiça, até que seja resolvido o pagamento dos servidores dos meses de agosto e setembro, pois os recursos chegaram nas contas da edilidade e devem imediatamente serem repassados aos que verdadeiramente trabalham no município.
Carminha lamentou ainda as dificuldades dos servidores com alimentação para suas famílias e a entidade teve que fazer cestas básicas e distribuir com boa parte dos servidores que sequer tem como alimentar os seus filhos. “Uma gari relatou que tem seis filhos e o único alimento que tinha em casa era um quilo de arroz, tendo dividido meio quilo para hoje e outro para amanhã e eu pergunto se esses senhores e senhoras que estão no poder não tem sensibilidade para uma situação dessas”, desabafou a mesma.
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